09 setembro 2007

Prêmio para líderes africanos


Do Blog OTCHIMBUNDU

Mo Ibrahim lança um prémio de 5 milhões de dólares para os mais competentes chefes de estado africanos. Mo Ibrahim, o magnata egípcio das telecomunicações que vive no Reino Unido, pretende galardoar a boa governação de 53 países africanos. O fundo atribui a Presidentes africanos reformados cinco milhões de dólares durante dez anos, seguidos de 200 mil dólares por ano para o resto da vida. As condições do prémio são uma transferência do poder democrática no final do mandato e uma boa governação.

O Prémio Mo Ibrahim para uma Liderança Africana Competente é financiado pelo próprio Mo IBrahim.
O antigo Secretário-Geral da OUA, Salime Ahmed Salim, membro do conselho da Fundação Mo Ibrahim, proferiu o discurso de lançamento do prémio. Apoiantes desta iniciativa incluem Kofi Annan, Tony Blair, Bill Clinton e Nelson Mandela.

Combate à corrupção
Ibrahim afirma que presidentes africanos reformados não têm as contrapartidas dos seus homólogos ocidentais e o seu fundo vai ajudar a compensá-los por isso. Em declarações à BBC, Ibrahim disse que a sua fortuna vai ser bem empregue. "Em África, os líderes têm que lidar com problemas acrescidos. Se um líder africano tiver conseguido tirar dez milhões de pessoas da pobreza durante o período do seu mandato é maravilhoso..." O prémio espera abordar um dos mais intratáveis problemas de África: como convencer os seus líderes a não enriquecerem à custa dos fundos do estado e a não se agarrarem ao poder. Muitos nasceram na miséria e não têm as regalias dos líderes ocidentais quando se reformam. Escolher a via diplomática é apenas um obstáculo, mas agora significa ser elegível para este prémio. Presidentes africanos vão ser avaliados pela Universidade norte-americana de Harvard para analisar se eles serviram bem o seu povo durante o seu mandato. As pessoas que estão a matar o seu próprio povo e a roubarem os recursos do estado vão continuar a fazê-lo.
O editor da BBC para África, Martin Plaut, disse que este é o prémio mais avultado do mundo, superior ao Prémio Nobel da Paz.

Opinião divergente
Patrick, Smith, da publicação especializada, Africa Confidential, não considera que o prémio possa alterar o comportamento dos Chefes de Estado. África tem uma das mais ricas concentrações de minerais e pedras preciosas, no entanto 300 milhões dos seus residentes vivem com menos de um dólar por dia.

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