Folha de S. Paulo restringi debate sobre mídia

Por Marcelo Bronosky*

No último domingo (06/04), véspera do Dia do Jornalista, a coluna do ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, informou que a direção do jornal deixou de publicar os comentários diários de crítica à redação, veiculados na Internet. A partir de sexta-feira passada, as colunas diárias passaram a ser destinadas exclusivamente à redação e não mais ao conhecimento público, como ocorria desde 2000.

Segundo Mário Magalhães (foto acima), autor da última coluna diária, o argumento da direção do Jornal foi de que os concorrentes estavam se aproveitando das análises críticas da coluna em benefício próprio.

Para além de qualquer debate sobre os (de)méritos dos comentários dos ombudsman da Folha ou de seu acesso ser limitado a assinantes do UOL, é inegável que a função de crítico de mídia é fundamental no sentido de disseminar o debate sobre a produção midiática, bem como qualifica-la, especialmente num país como o nosso tão carente de debates públicos a respeito. Com certeza, os leitores e a sociedade pendem um espaço de participação e o jornalismo um lugar de reflexão a partir de dentro.

Neste sentido, chamo à comunidade acadêmica para que se manifeste individual e coletivamente repudiando a atitude da direção do jornal Folha de S. Paulo em restringir a publicação das colunas diárias do ombudsman. Como diz Mário Magalhães,"(...) a restrição imposta configura regressão na transparência."
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* Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) - Paraná