04 outubro 2006

Oligarquia potiguar se renova


O resultado das eleições 2006 define um novo perfil do poder político potiguar. As "raposas velhas" saem de cena, muitas vezes por meio do eleitor que se cansou de suas artimanhas, e assumem os novos políticos que não são tão novos assim. Na realidade, não há uma renovação verdadeira. Há apenas a substituição da velha oligarquia pelos seus herdeiros.

O interessante é que nessa "renovação"muitos estão a assumir cargos políticos sem ter qualquer vivência no trato da coisa pública. São pessoas "comuns", de vida doméstica que por causa de sua heerança familiar se submetem ao voto, às urnas, como uma milionária campanha, substituem ou ainda ampliam os poderes políticos dos seus patriarcas ou matriarcas.

Observe os exemplos que a mídia apresentou recentemente quando fez um balanço das eleições:

* "Novo"político | Político | Parentesco | Cargo do Principal
* Fábio Faria | Robinson Faria | Filho / Pai | Deputado
* Márcia Maia | Wilma de Faria | Filha / Mãe | Governadora
* Walter Alves | Garibaldi Alves | Filho / Pai | Senador
* Geraldo Neto | Geraldo Melo | Neto / Avô | Senador
* Felipe Maia | José Agripino | Filho / Pai | Senador

Os novos políticos oriundos de uma vida "doméstica" não têm preparo para legislar, se assemelham, de certa forma, ao mais recente caso bizarro da política brasileira, Clodovil Hernandes, que questionado sobre projetos ou mesmo sobre política, não soube responder, ou melhor, respondeu que nada sabe, nada conhece. Está mais preocupado em definir que roupa vestir para sua estréia na Câmara Federal do que, o que seria a atuação mais elementar e fundamental do parlamentar, legislar, elaborar projetos de lei que promovam o desenvolvimento social do país.

Assim são os "novos" parlamentares do estado potiguar. Uma herança e uma continuidade da velha oligarquia e a permanência do coronelismo tão comum em qualquer região do Brasil.

-----------
Foto: Augusto Cézar Bezerra
Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário: