04 maio 2007

Professores da UEPG rejeitam proposta do governo e aprovam indicativo de greve


Após uma década de perdas salariais acumuladas os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa, repudiaram a proposta de reajuste de 6,57% proposto pelo governo do Estado do Paraná que, no entendimento dos professores, ilustra a política de desvalorização e a crescente precarização do trabalho docente nas universidades paranaenses.
Além do vergonhoso índice de reajuste que impõe aos professores uma pena progressiva de perdas salariais, os docentes vivem uma contínua deterioração das condições de trabalho. Por causa disso, só nos últimos quatro anos, cerca de 500 mestres e doutores abandonaram o estado do Paraná para buscar condições melhores em outros estados.
Nos últimos dez anos houve um grande aumento do número de alunos sem a correspondente contratação de professores e funcionários. O resultado é preocupante: alunos sem aulas, contratação generalizada de professores temporários, departamentos sem funcionários e sobrecarga de tarefas burocráticas para os professores efetivos. Assim, ocorre um aumento contínuo da intensificação do trabalho e de extensão da jornada diária do trabalho docente.
A quem interessa tal degradação da educação superior no Paraná? Esta situação provoca descontentamento, doença, sofrimento, conflitos de toda ordem no cotidiano do professor. Ainda assim, os professores não são os maiores prejudicados, há um custo social incalculável. Quem mais perde com tudo isso são as famílias paranaenses que tanto lutam por uma formação de qualidade para seus filhos e pelo verdadeiro desenvolvimento do Paraná.
A precarização do trabalho dos docentes prejudica a qualidade das aulas e a produção científica e isso afeta toda a sociedade. Mais do que denunciar a grave situação em que se encontram as universidades paranaenses, os professores querem um compromisso por parte do Governo do Estado do Paraná para solucionar a defasagem salarial, o financiamento da pesquisa, a melhoria da estrutura universitária e a qualidade do ensino superior no estado.
Por isso, é importante o apoio da população, das entidades sociais, representantes parlamentares e de todos os contribuintes que acreditam no potencial e na contribuição das nossas Universidades Públicas! O indicativo de greve, aprovado pela Assembléia dos Professores da UEPG no último dia 2 de maio, é uma resposta à política do Governo do Estado.

Por Sergio Gadini

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